Às trivialidades cotidianas, as ausências de grandes feitos heróicos que abrem espaço ao meu íntimo, ao meu interior, ao meu humano.
Às incessantes paixões, aos diversos mundos paralelos e à irrazoável esperança que me dão uma necessária pitada de loucura.
Aos que estão do meu lado e que vivem apontando deliciosamente minhas incoerências e contradições. À eles, meus rígidos pilares, mesmo no desconcerto.
Ao sublime amor, sempre tão duro, por me mostrar o que é o afeto sem apego.
Às Vicissitudes, ao ódio, à inveja, ao ciúme e tudo que me faz baixo, sujo, menor, logo, a tudo que me faz mais verdadeiro.
À literatura, sobretudo à Clarice Lispector, minha musa intelectual, por me mostrar que o verdadeiro conhecimento é sempre correlato ao sentir.
A esta árvore, que se agiganta pela varanda do meu andar, invadindo minha casa em total desprezo pela minha presença. A ela, que continua ali firme em perfeita sintonia com o céu nublado, com alguns poucos pássaros e muitos insetos nessa incomum noite gelada.
Principalmente, a esta árvore, parte de uma força maior que os homens chamam de natureza, de Deus ou de qualquer outra palavra com significação vazia e que ali, imponente, mostra a todos nós, da forma mais soberba possível, que a o ciclo da vida anda por si só e que isso não depende de nossa existência,
Eu agradeço.
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Treze de julho de dois mil e nove
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